Alunos pedem mais comida
João, aluno do 6º ano de uma escola básica de Loulé, comia ontem, com notória avidez, a sopa de hortaliça e a carne assada com batatas, refeição confeccionada por Mirita, cozinheira da Escola Básica nº 3 de Loulé. Timidamente, o jovem confessava ser a sua primeira e única refeição do dia e, a medo, pedia para repetir o prato, o que lhe foi concedido de pronto.
Apesar de não haver aulas, cerca de centena e meia dos 6500 alunos que frequentam os estabelecimentos de ensino do concelho de Loulé usufruem de almoços grátis. "É um dinheiro bem gasto. Reduziram os gastos nas iluminações e nos fogos-de-artifício e fornecem estas refeições, que, para muitos, é a única refeição quente do dia", realça Manuel Alves, presidente do Agrupamento de Escolas Padre Cabanita, escolhido para fornecer estas refeições na sede do concelho. Habituado a ver crianças com fome na escola, o docente sabe lidar com a situação. "A meio da manhã, começam a queixar-se de dores na cabeça. Só melhoram quando lhes damos o suplemento alimentar", diz Manuel Alves, que refere haver um agudizar da situação no Inverno, quando a sazonalidade despede muitos chefes de família.
Também a Câmara de Olhão optou por manter nas férias as cantinas do 1º ciclo abertas, fornecendo, diariamente, cerca de meio milhar de almoços grátis.
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