sábado, 6 de novembro de 2010

A CRISE DOS GESTORES DAS EMPRESAS PUBLICAS

Desde ajudas ao arrendamento de 55 mil euros ao aluguer de carros por  40 mil euros, há gastos para todos os gostos. Leia alguns exemplos:
2009 ficou marcado pela recessão, mas nem por isso os gestores das  companhias públicas de transporte, da EP - Estradas de Portugal e dos  CTT, uma das maiores empresas do Estado, deixaram de usufruir de 
regalias.
Só no ano passado, os gastos (salários e despesas) com 46  administradores de nove companhias tuteladas pelo Estado - ANA, STCP,  EP, CTT, REFER, CP, ML, CARRIS E TAP - ascenderam aos 7,46 milhões de  euros, ou seja, uma média de 162,2 mil euros mensais por gestor,  segundo cálculos do SOL baseados nas contas anuais das empresas. 
Contas feiras, os gestores receberam seis vezes mais do que os  trabalhadores das suas empresas, que auferiram 28 mil euros anuais.

Os gastos da administração TAP, liderada por Fernando Pinto - que  recebeu 420 mil euros anuais dos salário-base - representam um terço do  total (ver tabela): cada um dos seis elementos da administração 
representou uma despesa média de 412 mil euros.

A contribuir para este valor estiveram as ajudas ao arrendamento de  habitação de quatro administradores, no valor de 55,4 mil euros. Os gestores da TAP gastaram igualmente cerca de 74 mil euros no renting 
de viaturas e em combustível. 40 mil euros pelo aluguer de um carro
Os CTT, a segunda no ranking das administrações que mais gastaram em  2009, distribuiu um prémio de gestão de 213,8 mil euros aos seus cinco administradores. O presidente, Estanislau Costa - que circula num 
veículo de 84 mil euros adquirido pela empresa em 2004 - pagou, no ano passado, 42,5 mil euros para alugar quatro automóveis para os seus colegas de conselho.

As quatro linhas do metropolitano de Lisboa parecem não ser suficientemente utilizadas pelos administradores da empresa, que bateram o recorde de gastos com o aluguer de carros. A antigo administração de Joaquim Reis - agora presidente da Parpública - despendeu 85 mil euros no renting de carros, entre os quais se contam  40,3 mil euros para a viatura do vogal Miguel Roquette, durante nove 
meses.
Antes de abandonar a empresa, Joaquim Reis decidiu deixar ao seu sucessor um carro novo no valor de 30 mil euros.

Também o presidente da Carris, José Silva Rodrigues gastou 4.142 euros 
em combustível, no espaço de um ano.
E os administradores da empresa pública com o maior passivo de todas  (15,8 mil milhões de euros), a Estradas de Portugal, não se coibiram de gastar 48 mil euros no aluguer de carros e combustível.

Passivo duplica
A aparente fartura do dia-a-dia destes gestores contrasta com a situação das suas empresas. Nos últimos quatro anos, o passivo (ver gráfico) destas nove companhias mais do que duplicou, de 13,3 mil milhões de euros em 2006 para 31,1 mil milhões de euros no final de 2009.

Confrontado com estes números, o Governo pediu, na semana passada, um corte de 15% nos custos das empresas do sector empresarial do Estado. O SOL contactou as empresas de transporte para apurar os seus planos de poupança, mas todos disseram «não ser oportuno falar deste assunto 
neste momento»

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